Cidades da Europa tombadas pela UNESCO
A UNESCO, em 1972, criou a Convenção do Patrimônio Mundial, para incentivar a preservação de bens culturais e naturais, considerados valiosos para a humanidade
Dois mil anos de história deixaram marcas significativas, cada viagem para uma cidade tombada pela UNESCO é também uma viagem ao seu passado. Vou compartilhar algumas dessas cidades, para que possam ter uma idéia de quão importante é esta iniciativa.
Alguns desses lugares são muito famosos, outros menos conhecidos, mas com certeza se surpreenderão com cada cidade.
Espanha
Ávila
A pequena e encantadora cidade espanhola teve o privilégio de ser uma das primeiras a ser nomeada Patrimônio da Humanidade, no ano de 1993. Seu incrível conjunto de muralhas, uma das mais bem preservadas do mundo, teve muito a ver com esta decisão, assim como a Catedral de estilo gótico, construída dentro da própria muralha.
A cidade de Ávila localiza-se no centro de Espanha, na Comunidade de Castela e Leão. Fundada no Século XI para proteger os territórios espanhóis de Mouros, esta cidade tem mantido a sua austeridade medieval, e é o local de nascimento de Santa Teresa .
O Centro Antigo de Ávila inclui a cidade murada, com suas 87 torres semi-circulares e nove portões, quatro igrejas extra-muros: San Segundo, San Andres, San Vicente e San Pedro. Em 2007, mais três igrejas (San Nicolás, Santa María de la Cabeza, e San Martín) e três conventos dos Séculos XV e XVI (La Encarnación, San José e do Real Monasterio de Santo Tomás).
Ávila é um excelente exemplo de uma cidade fortificada da Idade Média, a sua muralha está totalmente intacta. Os monumentos religiosos e seculares, tanto intra e extra-muros torna um conjunto urbano de valor excepcional.
Ávila
Toledo
Pertence a comunidade autônoma de Castilla-La Mancha, é um museu ao ar livre. Foi declarado Patrimônio da Humanidade em 1986 pela Unesco devido aos seus castelos, catedrais, monastérios, mesquistas, fortalezas, torres, praças e outros templos da arquitetura medieval.
Uma figura celebre que viveu em Toledo foi o pintor El Greco no Século XVI. Na cidade se encontra a Casa-Museu do artista, que tem um importante acervo do El Greco.
A cidade reúne influências de povos muçulmanos, judeus e cristãos. Muito dessa herança está mesclada em características arquitetônicas, gastronômicas, musicais, mas também pode ser identificada em sinagogas, mesquitas e igrejas, cada uma mantendo o projeto artístico e religioso de cada religião.
Por sua riqueza histórica e cultural, Toledo é conhecida como “A Cidade Imperial”, uma referência à época em que foi a sede da corte de Carlos I. Mas também pode receber o nome de “A Cidade das Três Culturas” por ter abrigado cristãos, judeus e muçulmanos: foi conquistada pelos romanos no ano de 193 a.C., depois invadida pelos muçulmanos em 711 e, por fim, ficou no poder de reis católicos.
Salamanca
Salamanca está situada na comunidade autônoma de Castela e Leão.Trata-se de uma cidade repleta de vida, animada e com muitos jovens.
A maioria dos habitantes são estudantes universitários, que vêm à cidade para desenvolver os seus estudos. Salamanca foi escolhida para Capital Européia da Cultura em 2002, sendo o seu centro histórico, declarado o Patrimônio da Humanidade, desde 1988, pela UNESCO.
É uma das cidades espanholas mais ricas em monumentos da Idade Média, do Renascimento e das épocas clássica e barroca. Destacam-se as catedrais velha e nova, o Palácio da Salina, o Palácio de Anaya, o Palácio de Monterrey, a Casa das Conchas, o Convento das Senhoras (Convento de las Dueñas) e a Torre do Cravo (Torre del Clavero). O Museu Diocesano, o Museu Catedralício, o Museu Universitário e o Museu das Senhoras são outras referências culturais da cidade.
A atual vida cotidiana de Salamanca concentra-se na Praça Maior (Plaza Mayor). Essa praça, edificada entre 1729 e 1755, em estilo barroco, é um símbolo da cidade.
Se há algo pelo qual esta cidade é mundialmente conhecida, é por albergar a mais antiga universidade Espanhola, fundada em 1218, foi também uma das primeiras na Europa.
As principais atividades econômicas da cidade são os curtumes, a cerveja, a moagem de cereais, o turismo e a universidade.
Santiago de Compostela
É uma cidade (concello em galego) no noroeste de Espanha. É capital da comunidade autônoma da Galiza e faz parte da província da Corunha e da comarca de Santiago.
Desde 1985 que o seu centro histórico (cidade velha) está incluído na lista de Patrimônio Mundial da UNESCO. Em 1993 foi também incluído nessa lista o Caminho de Santiago, que já tinha sido classificado como o primeiro itinerário cultural europeu pelo Conselho da Europa em 1987. Foi uma das capitais europeias da cultura em 2000.
No início do Século IX, um ermitão chamado Pelágio viu uma luz misteriosa que brilhava sobre um túmulo romano, esquecido no meio de uma floresta. Muito em breve, a incrível notícia espalhou por todo o mundo cristão: o túmulo de São Tiago Maior, o apóstolo amado de Jesus Cristo, tinha sido descoberto. Alguns anos mais tarde, este lugar tornou-se um local famoso de peregrinação, um dos mais importantes do cristianismo. Os peregrinos seguem o Caminho de Santiago para chegar à cidade onde fica o Túmulo Sagrado, exercendo uma grande influência sobre a área circundante. Isto é evidenciado nas pequenas cidades, igrejas, hospitais e mosteiros que foram construídas perto do Camino para atender aos milhares de peregrinos que vieram para visitar o túmulo.
Este famoso local de peregrinação também se tornou um símbolo na luta dos cristãos espanhóis contra o Islã. Destruída pelos muçulmanos no final do Século X, foi totalmente reconstruída no século seguinte.
A Cidade antiga de Santiago de Compostela, constitui um conjunto de monumentos ilustres extraordinário. As praças e ruas estreitas, com edifícios em estilos gótico, renascentista, barroco, neoclássico. Esta cidade não é apenas uma cidade histórica harmoniosa e muito bem preservada, mas também um lugar profundamente imbuído de fé. A catedral, considerada uma obra-prima da arquitetura românica, mantém o notável Pórtico de la Gloria, uma jóia da escultura medieval.
No entanto, o autêntico símbolo da cidade é a fachada ocidental da Catedral barroca, em um dos lados da praça de Obradoiro, uma das mais belas do mundo. A Catedral é o local onde está localizado o túmulo de Santiago Maior, a visita a esse túmulo marca o fim da peregrinação.
Itália
Roma
A cidade está localizada na porção centro-ocidental da península itálica, cortada pelo rio Tibre, na região do Lácio.
Em 2007, Roma foi a 11ª cidade mais visitada do mundo, a terceira mais visitada da União Europeia e a atração turística mais popular na Itália. O seu centro histórico é classificado pela UNESCO como Patrimônio Mundial em 1980.
A história de Roma abrange mais de dois mil e quinhentos anos, desde a sua fundação lendária em 753 a.C. Roma é uma das mais antigas cidades continuamente ocupadas na Europa e é conhecida como “A Cidade Eterna”, uma idéia expressa por poetas escritores da Roma Antiga.
Após a Idade Média, Roma foi governada pelos papas Alexandre VI e Leão X, que transformaram a cidade em um dos principais centros do Renascimento italiano. Artistas famosos e arquitetos, como Bramante, Bernini e Rafael, residiu por algum tempo em Roma, contribuindo para a sua arquitetura renascentista e barroca.
Alguns dos monumentos e locais mais famosos em Roma: o Coliseu, a Fontana di Trevi, o Panteão, a Piazza del Popolo, a Via Condotti, Piazza Navona.
Os romanos explicavam a origem de sua cidade através do mito de Rômulo e Remo. Segundo a mitologia romana, os gêmeos foram jogados no rio Tibre, na Itália. Resgatados por uma loba, que os amamentou, foram criados posteriormente por um casal de pastores. Adultos, retornam a cidade natal de Alba Longa e ganham terras para fundar uma nova cidade que seria Roma.
San Gimignano
A cidade está localizada na província de Siena, Toscana. Foi um importante ponto para as peregrinações até Roma pela Via Francigena.
Em 1990 o Centro Histórico de San Gimignano entra na Lista de Patrimônio da Humanidade da UNESCO. Muitas estruturas ainda se encontram intactas e, por isso, é considerada um dos melhores exemplos europeus de organização urbana da comuna medieval.
As famílias que controlavam a cidade construíram cerca de 70 “casas-torres” (algumas atingem 50 m de altura) como símbolo do seu poder e riqueza, quanto mais alta a torre, mais rica era a família. A mais antiga das torres é a Torre Rognosa, de 51 metros, e a mais alta, a Torre del Podestà (mais conhecida como Torre Grossa), de 54 metros. Esta última é a única que pode ser visitada. Embora hoje só existam 14 de tais estruturas, San Gimignano mantém a atmosfera feudal e é muito procurada pelos turistas.
A pequena localidade contém muitas obras de arte datadas dos Séculos XIV e XV.
Florença
Localizada também na Toscana, é uma das mais bonitas cidades italianas. Desde 1982 que a Unesco classificou o seu centro histórico como Patrimônio da Humanidade, pois a cidade da Toscana é o berço do Renascimento.
“Cittá d´Arte”, com o seu Batistério, as suas igrejas (Santa Maria Del Fiore, San Miniato, Santa Croce), os mauoléus dos famosos filhos da terra e, o Palazzo Pitti, que guarda obras-primas de Giotto, Botticelli e Michelangelo. Na basílica gótica dos franciscanos, encontram-se os túmulos do pintor Michelangelo, do astrônomo Galileo Galilei, do teorizador político Niccolo Macchiavelli e do compositor Giochino Rossini: um panteão digno da capital do país.
Santa Maria del Fiore é a principal catedral de Florença. Levou muitos anos para ser construída, o projeto começou no final do Século XIII, somente foi concluída no final do Século XIX.
Palazzo Vecchio, situado na Piazza della Signoria, foi construído no Século XIII. Passou por diversas modificações e ampliações. Foi sede do conselho de administração da cidade, residência da família Médici e sede do governo nacional quando Florença foi capital da Itália, no Século XIX. Atualmente, é a sede da Prefeitura de Florença, e um maravilhoso museu, com um rico acervo que inclui obras de Michelangelo, Donatello e Vasari. A cópia do David de Miguel Ângelo guarda o edifício desde 1504, o original encontra-se na Galeria da Academia
A Ponte Vecchio, um dos cartões postais da cidade de Florença, foi primeira e única ponte construída durante a época romana, em meados do primeiro Século aC, é um dos símbolos de Florença. Atravessa o rio Arno no seu ponto mais estreito ligando a cidade de Norte à Sul. Originalmente era de madeira, danificada diversas vezes pelas constantes cheias do Rio Arno. Historicamente foi utilizada como local de comércio, onde funcionaram açougues, sapatarias, carpintarias, lojas de forragem (comida para cavalo e outros animais), loja de utensílios domésticos, armarinho, lojas de guloseimas. Isso até o grão-duque Fernando I, em 1596, ordenar que ali tornasse lugar obrigatório de ourives, joalheiros e casas de penhores, visto que se incomodava com o mal cheiro dos açougues que ocupavam a ponte e havia se tornado “um lugar muito frequentado por cavalheiros e estrangeiros”.
Galleria degli Uffizi, palácio projetado no Século XVI pelo arquiteto Vasari para ser a sede do governo. Atualmente abriga um dos mais famosos museus do mundo, com acervo que inclui obras de Leonardo da Vinci, Rafael Sanzio, Botticelli e Michelangelo. Uma das obras de destaque deste museu é O Nascimento de Vênus, de Botticelli.
Cinque Terre
Como o nome sugere, trata-se de 5 pequenos vilarejos, encrustados nas imensas formações rochosas banhadas pelo mar da Itália. localizadas em um acidentado trecho de terra, na Itália, na costa da Riviera Ligure, entre Punta Mesco próximo a Levanto e o cabo de Montenero próximo a Portovenere e compreende as cidades de Monterosso, Vernazza, Riomaggiore com os distritos de Corniglia e Manarola. Constituem uma das principais atrações turísticas da Riviera Ligure.
Estas localidades, que junto com Portovenere e as ilhas de Palmaria, ilha de Tino e Tinetto foram declaradas em 1997 Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
A charmosa região da costa da Ligúria entre Cinque Terre e Portovenere é considerada de grande valor paisagístico e cultural. Pequenas cidades foram crescendo diante de um belíssimo litoral, superando as desvantagens de um terreno íngreme e irregular. Abriga casinhas multicoloridas de frente para o mar.
São as seguintes cidades:
Riomaggiore
O vilarejo tem um pouco mais de 10 km² de extensão. Suas casas nas rochas foram erguidas ainda no Século XIII e até hoje impressionam os viajantes com suas cores e formatos.
Possui alguns dos vinhedos mais importantes da Itália. Sua principal rua é a Via Colombo, que abriga restaurantes, bares, lojas e pequenos hotéis onde os visitantes costumam passar pelo menos uma noite no lugar para poder conseguir conhecer de perto todos os seus encantos.
Manarola
Construída sobre uma rocha elevada a 70 metros acima do nível do mar, Manarola é uma das mais charmosas e românticas vilas da Cinque Terre.
Ali, o cenário é formado por rampa para barcos, pitorescas e multicoloridas casas de frente para o mar e uma pequena praça, onde há restaurantes.
Vernazza
Sem espaço para o tráfego de carros, Vernazza preserva o autêntico estilo de vida de um vilarejo de pescadores, característica que lhe torna única e especial. Fundada por volta de 1080, além das casinhas coloridas diante do mar, seus cartões postais são também suas construções históricas. É o caso da igreja erguida no Século XIV e localizada na principal praça da cidade.
Na verdade, Corniglia é uma extensão de Vernazza. Mesmo assim, não deixa de ser considerada como uma das vilas que fazem parte da Cinque Terre.
Ao contrário dos outros vilarejos, Corniglia não está diretamente adjacente ao mar, mas localizada no topo de um promontório com quase 100 metros de altura, cercada em três lados por vinhedos. Para chegar até lá, é necessário subir a Lardarina, um escadaria com 382 degraus. Outro caminho é a estrada que, a partir da estação, leva à aldeia. Às vezes, um pequeno ônibus sobe e desce suas ladeiras.
Monterosso Al-Mare
A maior das vilas em Cinque Terre, está localizada sobre colinas onde são cultivadas videiras e oliveiras. Dividida em duas partes, os dois lados são delimitados por uma torre medieval. A Cidade Nova, se estende ao longo de uma praia com areia, com espreguiçadeiras para alugar e estacionamento, possui uma movimentação intensa de viajantes, enquanto a Cidade Velha é dominada por ruínas de castelos, casinhas coloridas e ruelas que foram construídas durante a Idade Média.
França
Carcassonne
É uma cidade do departamento de Aude, região de Languedoque-Rossilhão, no sul da França. Constitui-se em um conjunto arquitetônico medieval, inscrito na lista do Patrimônio Mundial da Unesco desde 1997.
O Comitê decidiu inscrever esta propriedade, considerando que a cidade histórica de Carcassonne é um excelente exemplo de uma cidade medieval fortificada, que quase foi inteiramente destruída no Século IX. É de importância excepcional em virtude do trabalho de restauração realizado na segunda metade do Século IX por Viollet-le-Duc, o mesmo que restaurou os santuários de Notre-Dame de Paris e Sainte-Madeleine de Vézelay. Foi este projeto que ajudou a salvar Carcassonne e garantir a extraordinária cidade de hoje.
Durante a Idade Média, a fortaleza era protegida por um imponente conjunto de fortificações, ficando circundada por uma dupla linha de muralhas, que ainda hoje pode ser vista, com 52 torres, a entrada principal, batizada de Porta Narbonnaise, guardada por uma ponte elevadiça.
Em Carcassonne, observa-se na verdade duas cidades: A Cidadela, que permaneceu intacta e protegida dentro das muralhas, e a Bastide Saint-Louis ou Cidade Baixa, que cresceu ao redor do centro medieval, onde toda a atividade comercial e social acontecia, enquanto a cidade-alta abrigava uma guarnição de milhares soldados.
Cidade de Carcassonne conserva um notável patrimônio arquitetônico com as portas, o Castelo do Conde, as barbacãs e a Basílica Saint-Nazaire.
barbacã, é um muro anteposto às muralhas, de menor altura do que estas, com a função de proteger as muralhas dos impactos da artilharia. Wikipédia
Bordeaux
É a capital e a maior cidade do departamento da Gironda, no sudoeste de França. Cidade da arte e da história. Deixe-se seduzir pelo charme e pelos esplendores de um dos mais harmoniosos conjuntos arquitetônicos do Século XVIII, que foi completamente revitalizada. Por conta dessa renovação, em 2007 a UNESCO incluiu a cidade em sua lista de Patrimônios Mundial da Humanidade.
Bordeaux conta assim com mais de 350 edifícios identificados ou inscritos como Monumentos Históricos, incluindo 3 edifícios religiosos classificados como Patrimônio Mundial desde 1998, como parte do Caminho de Santiago.
Hoje, numerosas obras redesenham Bordeaux e valorizam seu patrimônio. Um conjunto urbano e arquitetônico excepcional, criado na era do Iluminismo, cujos valores continuaram até a primeira metade do Século XX, com edifícios mais protegidos do que qualquer outra cidade francesa, exceto Paris.
A Praça Pey-Berland inteiramente remodelada para pedestres, é o local onde se pode passear e fazer as compras. O Grande Teatro, a Praça dos Quinconces, a Catedral Pey Berland, o Museu de Aquitaine, o CAPC (Museu de Arte Contemporânea).
Boa parte das ruas do Centro foi convertida em calçadões para pedestres. As margens do rio Garonne agora é um grande parque onde os moradores correm, pedalam e passeiam com seus cães. Velhos armazéns se transformaram em bares, discotecas e lojas. Na região de Chartrons, acontece a feira dominical Marché dês Quais, tem um skate park à beira do rio, restaurantes, lojas, e muitos bares.
Sobre o cais da margem esquerda, se aproveita a vista do rio, na margem direita se admira a cidade desde os restaurantes, sempre lotados. Quem mora em Bordeaux conhece o espelho d’água onde se refletem os hotéis e a Fonte des Trois Grâces. Atrás de suas magníficas fachadas do Século XVIII, a cidade vive, e ainda se transforma.
Portugal
Évora
É capital da província do Alentejo (Além Tejo), Portugal. Tem mais de vinte séculos de história, formado por ruas estreitas e travessas, pátios e largos, em uma área de 107 hectares e demarcada pelas muralhas medievais, com extensão de mais de 3 km.
Amplas arcadas dão nas pitorescas praças, onde se encontram lojas de artesanato e modernas boutiques de marcas. Os cafés com esplanadas convidam-nos a relaxar, enquanto os bares e restaurantes oferecem uma viagem gastronômica pela região sul do país.
A cidade ainda conserva, em grande parte no seu núcleo central, vestígios de diversas civilizações e culturas: Celtas, Romanos, Árabes, Judeus e Cristãos. Ainda mantém, entre outras ruínas romanas, a do Templo de Diana.
Sob dominação moura, que chegou ao fim em 1165, foram feitas outras melhorias para o sistema defensivo original, como um portão fortificado. Entre uma série de edifícios do período medieval, o mais conhecido, é a Catedral, que foi construída nos séculos XIII-XIV, estilo românico-gótico. Na sua visita é possível subir as torres e ir até ao telhado de onde se tem uma vista linda sobre a cidade.
Mas foi no Século XV, quando os reis portugueses começaram a viver em Évora, surgiram os conventos e palácios reais: St Claire Convento, a igreja real e o Convento de São Francisco, o Convento dos Lóios, a Igreja de São João Evangelista. Estes monumentos notáveis, se caracterizam pelo estilo manuelino (por vezes também chamado de gótico português tardio) que sobreviveram nas grandes criações do Século XVI.
Atingiu a sua época dourada no Século XV, quando foi criada a Universidade do Espírito Santo, onde os jesuítas ensinavam, Évora tornou-se a segunda maior cidade de Portugal. No entanto, o rápido declínio da universidade teve início após a expulsão da Companhia de Jesus pelo ministro Marquês de Pombal, em 1759.
Évora permaneceu intacta principalmente pelo grande terramoto de 1755 que destruiu muitas cidades em Portugal, incluindo Lisboa. Os monumentos do Centro Histórico de Évora testemunham a sua profunda influência na arquitetura Português no Brasil, em locais como o Centro Histórico de Salvador, na Bahia.
A abundância de monumentos da cidade de Évora, levou à sua classificação como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, em 1986, que a considerou “o melhor exemplo de uma cidade da Idade do Ouro portuguesa após a destruição de Lisboa no sismo de 1755”.
Croácia
Dubrovnik
É uma cidade costeira da Croácia localizada no extremo sul da Dalmácia, na ponta do istmo do mesmo nome. É um dos destinos turísticos mais concorridos do Mar Adriático, um porto marítimo e a cidade mais importante do condado de Dubrovnik-Neretva.
Pela sua beleza natural e urbanística, e pelo que representa para a história, Dubrovnik é conhecida como “a pérola do Adriático”.
Dubrovnik é uma cidade rodeada de muralhas e fortificações, no sopé do monte de São Sérgio, sobre as águas do Mediterrâneo. Desde 1979 está classificado como Patrimônio Mundial pela UNESCO. Apesar deter sido severamente danificada por um terremoto em 1667, Dubrovnik conseguiu preservar as suas imponentes e bem conservadas muralhas, a arquitetura medieval, renascentista e barroca, as suas belas igrejas góticas, mosteiros, palácios e fontes. Tudo isto, mais a paisagem do Adriático, os cafés e restaurantes fazem de Dubrovnik um destino turístico singular. A parte antiga é dividida ao meio pela Placa ou Stradun, o passeio público, com cafés e restaurantes, além de diversos monumentos e edifícios históricos.
Em 1991 foi cercada e bombardeada por forças militares da Sérvia e Montenegro na sequência da fragmentação da Iugoslávia, o que provocou grandes estragos, recuperados pela UNESCO.
Trogir
Foi fundada por gregos dóricos da ilha de Vis no Século III a.C, é uma das cidades mais antigas da costa croata. A vila recebeu o nome de Tragurion, que significava “ilha dos bodes”. Durante a época romana se transformou num porto importante.
Trogir seguiu o destino das demais cidades dálmatas, sua rica cultura foi influenciada pelos gregos, pelos romanos e pelos venezianos. A cidade reúne palácios, igrejas, torres, fortalezas, todos numa pequena ilha, inscrita em 1997 na lista do Patrimônio da Humanidade da UNESCO.
A cidade constitui o complexo românico-gótico mais bem preservado do Adriático e, possivelmente, da Europa Central.
No centro medieval de Trogir, cercado por muralhas, pode-se perder algumas horas percorrendo suas ruelas estreitas livres de veículos, apreciando as casas de pedras e os inúmeros monumentos e palacetes com arquitetura românica ou renascentista pela cidade. A maior parte da muralha original foi derrubada pelo governo durante a ocupação de Napoleão, no início do Século XIX, para facilitar a circulação do ar durante uma epidemia de malária.
Na pequena praça principal, a João Paulo II, onde ficam os principais marcos da cidade, a Catedral de São Lourenço, em estilos românico e gótico, que se destaca pelos entalhes no seu pórtico de entrada, com Adão e Eva nus, sustentados por leões, datado de 1240, é uma obra prima de Radovan, além disso, tem a Prefeitura, a Pinacoteca e a Lógia com a Torre do Relógio.
No extremo da ilha, fica a Fortaleza Kamerlengo, uma construção do Século XV que contrasta bastante com as demais construções de Trogir. O forte foi batizado em homenagem ao oficial veneziano que era responsável pelas finanças municipais. De fins de Junho ao princípio de Setembro a fortaleza sedia as principais atrações do Festival de Verão, um festival de música clássica e folclórica que toma conta de Trogir.
Esta atmosfera toda especial e bem conservada deu a Trogir o apelido de “cidade-museu”.
República Tcheca
Český Krumlov
É uma cidade ao sul da República Tcheca, na região da Bohemia, situada nas margens do Rio Vltava, foi construída em torno de um castelo do Século XIII, é um espetáculo a 190 km da capital Praga.
A cidade mescla arquitetura Barroca e Renascentista, com mais de 300 edifícios medievais, é uma verdadeira viagem no tempo, pois mantém a atmosfera original e encantadora de uma cidade medieval.
A cidade passou por um período de decadência a partir do final da Segunda Guerra Mundial até 1989, quando os esforços de restauração começaram, levando à sua inscrição na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO em 1992.
Suas torres, praças e castelo ganham charme extra pela geografia peculiar. Isso porque está toda inserida dentro de um caminho tortuoso do rio Vltava, que deu origem ao nome Cesky (“tcheco”) Krumlov, cuja tradução é “prado torto”, uma referência à curva acentuada que o rio faz em volta da cidade.
O Castelo de Cesky Krumlov é o segundo maior castelo da República Tcheca, perdendo apenas para o complexo do castelo Hradcany de Praga. Originalmente Gótico, ganhou feições Renascentista, no Século XVI e, mais tarde, Barroca, no Século XVII, já sob domínio da família Eggenberg, que também construiu o teatro barroco, hoje o mais preservado e antigo da Europa, com um maquinário para mudança de cenários extremamente sofisticado para a época em que foi idealizado.
Praga
É a capital e a maior cidade da República Checa, situada na margem do Vltava. Conhecida como “cidade das cem cúpulas” ou “Cidade dourada”, devido as 100 cúpulas reluzentes. Praga possui um dos mais belos e antigos centros urbanos da Europa, famosa pelo extenso patrimônio arquitetônico e rica vida cultural.
O centro histórico de Praga, com mais de dez séculos de história, é Patrimônio Cultural da Humanidade da UNESCO, desde 1992. Reune fachadas góticas, renascentistas, barrocas e neoclássicas, em monumentos como o Relógio Astronômico, o Palácio Goltz-Kinsky, a Igreja de Nossa Senhora diante de Tyn, rotundas romanas, torres góticas, as casas e os palácios renascentistas, as sinagogas judaicas, igrejas e mosteiros barrocos.
A praça vive lotada durante o dia, atrai músicos e atores divulgando seus espetáculos, tudo sob a bênção de Jan Hus, o herói local da Idade Média que morreu nas fogueiras da Inquisição.
A poucos passos dali, a Ponte Carlos leva ao Castelo de Praga e seus mil anos de história. Entre elas, as disputas políticas e religiosas do Império Austro-Húngaro, da Primeira Guerra, da ocupação nazista, das décadas de comunismo soviético e, enfim, da Revolução de Veludo, esta no final do Século XX, quando Praga se reinventou para o mundo.
Praga sempre foi e segue sendo uma cidade viva, com muitos teatros, salas de concertos, salas de exposições, galerias e museus. Na capital da República Tcheca a oferta cultural é muito ampla.
Grécia
Rodes
É a capital de Dodecaneso, e a terceira maior ilha da Grécia. Rodes é famosa desde a Antiguidade por ser o local do Colosso de Rodes, estátua de 32 metros, uma das sete maravilhas do mundo antigo, que guardava a entrada do Templo de Hélios, hoje Porto de Mandraki. Levou 12 anos para ser construído (de 294 a 282 a.e.C.) e foi destruído por um terremoto ocorrido entre 225 e 226 aC. Pesquisas arqueológicas atuais discordam dessa localização, afirmando que o Colosso ficava sobre uma montanha situada na cidade histórica.
A ilha de Rodes entre o Mar Egeu e o litoral do Oriente Médio, Chipre e Egito. Por ser ponto de encontro de três continentes, ao longo da sua história, Rodes passou por diversas dominações: Pérsia, Esparta, Império Romano, Império Bizantino e Islã.
Em 1307 d.C. foi doada aos Cavaleiros de São João de Jerusalém, que construíram o forte, como também a muralha que cerca a cidade, onde se localizava a Juderia.
Houve ainda, no Século XX, a dominação dos turcos por quase quatro séculos, italianos, os nazista, um curto período inglês, até o retorno à Grécia. Deixaram sua herança na cultura local, como na língua, na arte e na arquitetura. Sua posição estratégica, com reflexo na atividade comercial e militar, fez da cidade de Rodes uma das principais cidades da Grécia Antiga. Resultado desta ocupação, em 1988 a cidade foi tombada como Patrimônio Mundial da UNESCO.
Áustria
Viena
Situada às margens do Danúbio, é a capital da Áustria. Chegou a ser a quinta maior cidade do mundo, depois de Londres, Nova Iorque, Paris e Chicago, atingindo mais de dois milhões de habitantes por volta de 1910. Após o fim da Primeira Guerra Mundial, a cidade perdeu, cerca de um quarto de sua população.
O centro histórico de Viena é um dos conjuntos urbanos mais belos da Europa, reconhecido pela UNESCO, desde 2001, como Patrimônio da Humanidade.
Três épocas diferentes deixaram uma marca permanente no aspecto da antiga cidade residencial dos Habsburgo: a Idade Média, representada pela catedral gótica de Santo Estevão (Stephansdom), um dos símbolos vienenses por excelência; o barroco, cujo legado mais importante é o palácio imperial Hofburg com suas coloridas cúpulas; e o final do Século XIX, que ficou imortalizado ao longo da avenida Ringstrasse, em cujo percurso podemos contemplar a Staatsoper (ópera nacional) e o Museu de Belas Artes (Kunsthistorisches Museum).
As inúmeras igrejas, palácios e parques contribuem para reerguer esse ar imperial próprio do centro histórico de Viena.
Viena é uma cidade com uma elevada qualidade de vida. No estudo internacional do Mercer, de 2015, a qualidade de vida foi comparada com base em 39 critérios, tais como fatores políticos, econômicos, sociais e ambientais, em 230 cidades em todo o mundo. Viena ocupou o primeiro lugar pela sétima vez consecutiva. Também está colocada como uma das cidades mais ricas do mundo. Atrai mais de 12 milhões de turistas por ano.
Desde o Século XVI em Viena tem sido universalmente reconhecida como a capital musical da Europa.
Salzburgo
Seu nome significa Cidade do Sal, situada na bela e montanhosa região austríaca de salzkammergut, onde houve atividade de extração de sal de muitas das minas situadas ao redor, conferindo riqueza e prestígio à cidade.
Salzburg é a quarta maior cidade da Áustria ficando atrás apenas de Viena, Graz e Linz. Sua localização é entre o rio Salzach e as áreas de Mönchsberg (Montanha dos Monges).
Seu centro histórico, o Altstadt, está localizado entre a montanha da fortaleza que marca as origens de sua história, e o rio Salzach, que divide a cidade em 2 áreas, chamadas de Cidade Nova e Cidade Velha. É na Cidade Velha que estão as principais atrações, como a Fortaleza Hohensalzburg, a rua comercial Getreidegasse, a estátua de Mozart, entre outros. Salzburgo possui uma arquitetura impecável, com igrejas, cúpulas, um forte medieval e seu belo centro histórico, considerado Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1996.
Getreidegasse, é a mais extensa e movimentada rua comercial, que corta quase toda a parte histórica. Sempre lotada de turistas, e dispondo de um traçado plano, liga a montanha ao rio, com muitas lojas e restaurantes.
A Fortaleza de Hohensalzburg, ostenta um dos maiores castelos medievais da Europa. Tem 250 metros de comprimento e 150 de largura. É um dos principais cartões-postais da cidade e pode ser vista facilmente de qualquer ponto, pois fica no topo da colina. Sua construção foi iniciada em 1077 pelo arcebispo Gebhardt von Helffenstein. Mais tarde, em 1495 foi a vez do príncipe Leonhard von Keutschach reformar e ampliar a construção. Em 1857, com a inauguração das linhas ferroviárias para Viena o Munique, o turismo começou a crescer e o imperador Francisco José anulou o status de fortificação militar do castelo e abriu suas portas à visitação.
A cidade é conhecida no mundo inteiro graças a beleza de sua Arquitetura barroca e a cidade onde nasceu Wolfgang Amadeus Mozart, em 1756.
Bélgica
Bruges
Bruges é uma charmosa cidade da Bélgica, capital da província de Flandres Ocidental, na região de Flandres.
É dividida em duas partes, Valônia (metade sul, de influência e língua francesas) e Flandres (metade norte, com cultura e língua flamenga, semelhantes à holandesa).
A partir do Século XIII em diante, Bruges se tornou um centro de comércio internacional, foi o principal pólo de manufatura de tecidos da Europa.
A cidade é cortada por canais com ligação direta ao mar, se tornou próspera, devido ao comércio direto com Inglaterra e Escandinávia. Sua riqueza era tamanha que foi nesta cidade que surgiu a primeira bolsa de valores do mundo.
O Centro Histórico de Bruges manteve o padrão original de ruas e praças, canais e espaços abertos, e onde construções góticas originais fazem parte do identidade da cidade. Em 2000, foi adicionado à lista do Patrimônio Mundial da UNESCO.
O prédio da Prefeitura, um dos mais antigos dentre os Países Baixos, é um dos pontos imperdíveis da cidade. Construído entre 1376 e 1420 em estilo gótico, é o prédio mais antigo, e abriga valiosos tesouros históricos. Um de seus aposentos mais famosos é a capela Heilige-Bloedbasiliek. Por cerca de 850 anos ela tem guardado um trecho de tecido marcado pelo sangue de Cristo. Conta-se que ele foi trazido para Brugge na ocasião das segundas Cruzadas, graças às tropas de Dirk Van de Elzas, o duque de Flandres. Até hoje esta relíquia é guardada numa urna de cristal na capela desta prefeitura.
Ao lado da prefeitura situa-se o Palácio da Liberdade, construído a partir de 1727, prédio que abriga órgãos administrativos do município, mas tem parte de suas instalações abertas ao público em datas especiais.
A torre medieval conhecida como Halletoren é a maior e mais importante construção de Bruges, e fica situada bem em frente à praça do mercado. Ela foi construída no século 13, tem 88 metros de altura e no seu topo possui um carrilhão com 47 sinos. Este ponto é o próprio coração da cidade, e serve como referência para todos os passeios em Bruges. Quem quiser subir os 366 degraus da torre vai desfrutar de uma vista completa de toda a cidade.
Bruges é rodeada de canais, e um dos programas mais apreciados pelos turistas é navegar a bordo de barquinhos turísticos, apreciando suas construções históricas. O canal Minnewater tem a fama de dar sorte aos apaixonados que o percorrem, por isto diversos casais atiram moedinhas em suas águas. Há muitas companhias oferecendo roteiros pelos canais da cidade.
O Centro Histórico de Bruges foi berço dos Primitivos Flamengos e um centro de patrocínio e desenvolvimento da pintura na Idade Média, com artistas como Jan Van Eyck e Hans Memling.
Bruges foi esquecida pelos europeus por quase três séculos e assim permaneceu até 1892, quando foi redescoberta pelos românticos com o livro Bruges La Morte, do poeta simbolista belga Georges Rodenbach. E sessenta anos mais tarde, este livro serve de base para a obra-prima de Alfred Hitchcock, Vertigo (Um Corpo que Cai).
Este abandono é o que fez a sua fama e a sua prosperidade atual, conseguiu preservar até os dias atuais sua estrutura medieval mais ou menos intacta.